Os toiros da divisa alentejana de Varela Crujo proporcionaram uma bela noite de toureio, com toiros destacados pela sua nobreza, classe e capacidade de investir e dois ou três deles merecedores de volta à arena, o que apenas foi concedido ao encastado terceiro da noite e deveria ter sido também, por exemplo, ao bravo quinto da noite. De parabéns os ganadeiros alentejanos por tanta categoria deste excelente curro.
A corrida abriu com uma boa lide de Luís Rouxinol, que se recriou na brega e na consumação das sortes, desde os iniciais compridos à série de curtos, com classe e mestria, para rematar esta sua boa actuação com um bom par de bandarilhas e um de palmo.
Seguiu-se-lhe outra boa actuação, esta a cargo do algarvio Filipe Gonçalves, que entendeu bem o bom toiro que lhe tocou em sorte. Actuação bem medida, com os curtos deixados com batidas ao pitón contrário e ainda um bom par de bandarilhas.
O terceiro da noite foi a mais pois de início mostrou-se algo andarilho. Andou bem João Moura Caetana a procurar fixá-lo e em crescendo na ferragem curta, com boas preparações ferros de categoria com destaque para o seu quarto curto.
Em quarto lugar actuou António João Ferreira que recebeu por parons e à verónica um toiro de menor presença e trapio mas que revelou nobreza apesar de não ter grande repetitividade nas suas investidas. Depois de Pedro Paulino ter preenchido, e bem, o tércio de bandarilhas, teve lugar uma faena de muleta de classe e bom gosto em especial no toureio ao natural. Houve variedade e muita qualidade no toureio de António João Ferreira.
O quinto da noite foi lidado por Duarte Pinto, alguns furos abaixo da sua real valia pois se esteve bem na brega, não esteve tão afortunado na cravagem e a sua lide não foi além da nota de um suficiente.
Andrés Romero, em dia de feito histórico de 4 corridas no mesmo dia, lidou um dos melhores senão o melhor dos 7 de Varela Crujo. E fê-lo com um triunfo claro na ferragem curta, com expressivas batidas ao pitón contrário e bons ferros com o público a exigir mais dois no final. Foi um excelente culminar de um feito histórico e com direito a figurar no Guiness Book.
A Mara Pimenta coube encerrar praça, com mais de 3 horas de corrida. Esteve regular na brega e na cravagem da ferragem, agradando ao grande público nesta sua passagem pela arena montijense.
Para disputarem o troféu José Luís Figueiredo para a melhor pega, saltaram à arena os Grupos de Forcados Amadores do Ribatejo, Tertúlia Tauromáquica do Montijo, Montijo. Pelos Amadores do Ribatejo foram caras Dário Silva que consumou à 2ª e o cabo Pedro Espinheiras à 1ª. Pelos Amadores da Tertúlia Tauromáquica do Montijo forma caras Tiago Foguete que se fechou à 2ª e Iuri Cardoso, muito bem à 1ª e que venceria o prémio em disputa. Finalmente, pelos Amadores do Montijo, foram caras Élio Lopes bem à 1ª e José Pedro Suíças também numa boa cara ao primeiro intento.
Dirigiu, sem grande critério, Ricardo Dias assessorado pelo veterinário Jorge Moreira da Silva.
Texto e foto: António Lúcio