Voltámos à “Arena d’Évora” para, e em final de temporada, assistir a mais uma corrida de toiros. E não demos o nosso tempo por mal empregue pois os toureiros suplantaram a sensaboria dos toiros lidados, melhores os quinto e sexto, e houve seis boas pegas de caras a cargo dos dois Grupos e com Rui Branquinho, do Real de Moura, a vencer o troféu em disputa pela bela pega de caras ao segundo da tarde. E, sinceramente, não compreendemos como é que o director de corrida decidiu premiar o 5º da tarde (como os restantes de Santa Maria) com volta à arena pois de bravo teve muito pouco. Critérios…
Luís Rouxinol cumpriu frente ao distraído primeiro da tarde, um toiro que não se definiu. Rouxinol recebeu-o bem, em curto, dobrando-se para o fixar e deixou dois bons compridos. Com os curtos o toiro começou por dificultar o momento da reunião e só a partir do 3º curto, a mais curta distância do oponente, vieram os melhores momentos, para rematar com um de palmo. No quarto da ordem, após um longo intervalo, cumpriu na ferragem comprida e teve bons curtos, a aguentar na reunião nos dois últimos e a finalizar com um bom par de bandarilhas.
Gilberto Filipe lidou o segunda da tarde, de pouco peso e manso, bonito pela sua pelagem ensabanada. Deixou-lhe três compridos e na série de curtos o primeiro teve bastante mérito pois o toiro adiantou-se na sorte e o 4º a atacar de largo também foi de boa nota. Finalizou com um de palmo. No quinto da ordem, que serviu, esteve francamente bem nos curtos, a partir do 4º da ordem. Finalizou a sua lide com 2 ferros em que o cavalo já não tinha a cabeçada colocada.
João Moura Caetano recebeu ambos os toiros á porta-gaiola. O seu primeiro foi manso e deixou-lhe dois curtos dobrando-se bem nas preparações para o deixar mais bem colocado. A série de curtos foi em crescendo com bons ferros e bons remates. No que encerrou praça, e que serviu, foi possível vê-lo de novo ao seu melhor nível artístico, montando esse craque que é o “Campo Pequeno” na série de curtos. Pensando bem na cara do toiro, executando com classe e com arte, os ferros curtos tiveram maior expressão e os remates foram primorosos. E aquela fase final em que o cavalo pára a curta distância da cara do toiro e permite a cravagem num “palmo” de terrenos, é arte pura.
Para as pegas saltaram à arena dois Grupos de Forcados: os Amadores de Évora e do Real de Moura. Por Évora foram forcados de cara Gonçalo Pires (à 1ª), João Medina também numa boa intervenção á 1ª e o cabo José Maria Caeiro a consumar à segunda. Pelo Real de Moura foram na linha da frente Rui Branquinho, muito bem à 1ª; Rui Ameixa também à 1ª e ainda à 1ª Gonçalo Caeiro.
A corrida foi abrilhantada pela Banda da Amareleja e dirigida por Domingos Jeremias. Não conseguimos identificar o nome do veterinário de serviço. No longo intervalo houve exibição de equitação de trabalho com 2 alunas do cavaleiro Gilberto Filipe.
Texto: António Lúcio
Fotografia: Arquivo/CMÉvora