• sexta-feira, 6 de outubro de 2023

    Vila Franca: “Obrigado Tomás por nos fazeres sonhar”


    Que grande tarde, que transbordar de emoções, que classe, que toureiria, aquela com que nos brindou Tomás Bastos a nova coqueluche, o novo ídolo dos aficionados portugueses e que nos faz acreditar que sim, que é possível, que teremos de novo uma grande figura do toureio. Obrigado Tomás pelo que me emocionei, pelos olés que se soltaram do fundo das entranhas, e por me teres transportado para outros tempos e outra dimensão. Foram momentos mágicos, os da primeira lide, frente a um bravo novilho de La Cercada e a saída em ombro é o corolário e prémio máximo à tua atitude, ao teu toureio que, e também no segundo novilho, foi de muita classe, assim como os pares de bandarilhas. Não adianta descrever as faenas ao pormenor, porque a maioria decorreu sob o signo do “pormaior”, da arte, da classe, da pintureria e do toureio do caro, daquelas raras essências. Se procuravam, encontraram! Olé Tomás Bastos.

    Alejandro Talavante foi igual a sai próprio. Bem de capote em ambos os toiros, teve uma primeira faena de sonho, de classe e arte, com muletazos largos e profundos e sacando todo o partido das nobres investidas do de Cuvillo. Os olés começaram a fazer-se ouvir como há muito se não ouviam em Vila Franca, vindo do mais profundo do sentimento dos bons aficionados, que ainda há alguns. Grande faena e público de pé. Não teve um segundo oponente tão bom mas voltou a empregar-se e com afinco e pundonor toureiro tirou-lhe tudo o que havia para lhe tirar e o público reconheceu a sua entrega.

    No capítulo do toureio a cavalo, Rui Fernandes teve uma boa primeira actuação, recebendo bem o oponente e cravando-lhe dois compridos. Na série de curtos, com batidas ao pitón contrário, deixou um total de 4, com bons remates e aplausos do público. No que foi o seu segundo, desinteressado, de meias investidas e mansote, andou esforçado mas foi co o tentar tirar água de um poço seco. Sem hipóteses de brilhar.

    O segundo da tarde não transmitiu, não teve som. Andou correcto João Ribeiro Telles quer com os compridos quer com os curtos mas também sem grandes hipóteses de brilhar. O seu segundo era um manso impossível, metendo-se no caminho do cavalo, adiantando-se carregando com violência desde que saiu e “agarrou” a montada numa sorte de gaiola que não resultou. João Ribeiro Telles bem tentou dar a volta nos curtos mas o toiro não o permitiu.

    Os dois Grupos de Forcados, Vila Franca e Aposento da Moita cotaram-se com boas intervenções nos 4 toiros. Por Vila Franca abriu praça p cabo Vasco pereira bem à 2ª e depois Lucas Gonçalves também numa boa cara à 1ª. Pelo Aposento da Moita Martim Lopes consumou à 1ª e o cabo Leonardo Mathias com decisão e bem ajudado à 2ª tentativa.

    Lidaram-se 3 toiros de São Torcato, 1 de Jorge Mendes (2º), 3 de Nuñez del Cuvillo e 2 novilhos de La Cercada (1º premiado com volta à arena).

    Dirigiu o espectáculo Ricardo Dias assessorado pelo veterinário Jorge Moreira da Silva.

    Texto: António Lúcio