• quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

    Mourão inaugurou temporada: resiliência e exemplo maior


    Cumprido o primeiro festejo tauromáquico da temporada 2024 em Portugal, reitero o que escrevi há umas semanas aqui no Naturales, o Festival Taurino de Mourão é, realmente, fora da caixa.

    Fora da mesmice, fora do “polvo” que está montado na nossa Tauromaquia, que satisfaz uns e outros e praticamente sempre os mesmos. 
    Mourão aposta nos jovens valores, o que não acontece na grande maioria das praças de primeira que tinham essa obrigação. 
    Mourão tem sido um exemplo de bom gosto, de bom toureiro, e hoje, mais do que nunca, foi também sinónimo de resiliência e da boa vontade do homem que o organiza há precisamente 10 anos. 

    Casa praticamente cheia, mouranenses e forasteiros, presenciaram com ânimo um festejo que promoveu jovens toureiros a pé e a cavalo, dando o mote para a restante época. 

    E isto tudo a uma quinta-feira, dia de semana, o que é obra e prova que a afición, quando sincera, move montanhas.

    Lidaram-se novilhos de Herds de António Silva, díspares de apresentação e comportamento variável. 

    A tarde iniciou-se com toureio a pé, e desta vertente registo a maior consciência de resultados da tarde. A raça e a entrega de João d’Alva foram evidentes em toda a sua faena; o espanhol Tristán Barroso protagonizou um toureio de qualidade; e Gonçalo Alves evidenciou as boas maneiras do seu toureio e o momento confiado que atravessa. A terna esteve por cima das condições dos oponentes e os novilheiros portugueses brilharam ainda nos respectivos tércios de bandarilhas. 

    A cavalo houve mais altos e baixos mas ainda assim, há que enaltecer a disposição destes jovens praticantes que aceitam abrir temporada, em pleno inverno, quando muitos dos “grandes” ainda não se querem destapar e para mais numa praça pequena como a de Mourão. Assim, Diogo Oliveira, que entrou de véspera no cartel a substitui Tomás Moura, esteve em plano cumpridor; Francisco Maldonado Cortes foi solvente frente ao seu oponente; e Vasco Veiga apontou boas noções de lide e dele se viram os melhores ferros a cavalo da tarde. 

    Eficaz e sem dificuldades de maior estiveram os forcados dos Amadores de Évora, por intervenções de Francisco Cabeçana (à segunda), de Rodrigo Cartaxo (primeira) e Francisco Valverde (primeira).

    A Praça de Toiros Libânio Esquivel volta a abrir as suas portas, já no próximo domingo, para mais um Festival Taurino misto.