“Alcochete jamais” para Pablo em noite partilhada com Rouxinol e João Telles e triunfo dos Forcados
Casa cheia na que foi a primeira corrida de três, inseridas na apelidada Feira do Toiro-Toiro, por ocasião das Festas do Barrete Verde, na taurina Praça de Toiros de Alcochete.
Um festejo que marcava a última presença do rejoneador navarro, Pablo Hermoso de Mendoza, naquela praça em ano de retirada das arenas e que teve a virtude de ser rápido e eficaz, de lides com ritmo, pegas à primeira e toiros a entrarem bem nos curros.
Lidaram-se reses da ganadaria de David Ribeiro Telles, no geral cumpridores em apresentação, mais escorrido o último do lote, sendo em comportamento um curro que se deixou, revelando pouca força, e indo a menos com o decorrer da lide mas com as matizes que lhe são características ‘exigidas’ por certas figuras: cómodos, perseguindo a passo.
Luís Rouxinol foi cabeça de cartaz com uma primeira actuação que realçou o toureiro-lidador que é. Toureou com superioridade um toiro reservado, por vezes acometendo aos arreões e que pedia um toureio ligado. Rouxinol nisso foi mestre, e montando a ‘Nazaré’, cravou com decisão, rematando a actuação com um bom par de bandarilhas. Já no quarto da ordem, a actuação chegou mais às bancadas, até pela disposição do toureiro, que com o ‘Jamaica’ por vezes praticou um toureio de batidas mas nem sempre logrou ajuste no momento das reuniões.
Pablo Hermoso de Mendoza sentiu-se acarinhado em Alcochete e retribuiu com duas actuações muito similares de conteúdo. No seu primeiro toiro, que saiu com muita pata dos currais em direcção ao cavalo, e após o segundo comprido, a rês acabou por cair e com isso condicionar um pouco o resto da lide face à pouca força do animal. Pablo ‘cuidou’ do oponente, sem lhe exigir em demasia, sendo que o toiro queria mas não podia. Cumpriu com a ferragem, ainda deu ares da sua equitação e nos ladeios com o toiro a passo, sem incomodar. No quinto da noite, a actuação foi de menos a mais, principalmente quando montou o “Berlín” e se acoplou no ajuste de reuniões mais cingidas com o decorrer da lide, ganhando o público com as hermosinas com que rematou a ferragem. O público aplaudiu de pé e acredito que muito em parte, pelo reconhecimento da sua carreira e na hora da despedida de Alcochete, concederam-lhe direito a duas voltas emotivas ao ruedo, uma delas com o Berlin. Agora, para Pablo, “Alcochete jamais” (ler em francês) como diria o antigo ministro Mário Lino.
João Ribeiro Telles frente ao terceiro da noite, um toiro que transmitiu sempre fixo na montada, protagonizou uma lide de menos a mais no primeiro. Incidiu actuação nos quiebros, consentido alguns toques e passagens em falso. Quando foi mais recto, mesmo com a batida, resultaram mais cingidos os ferros sem descurar o remate das sortes. Voltou a ser em crescendo a sua actuação frente ao último da noite, sendo com o ‘Ilusionista que logrou os melhores momentos. Impingiu velocidade para partir ao toiro, com os quiebros a resultarem impactantes e a empolgarem as bancadas.
Nas pegas noite feliz para os Amadores de Vila Franca e Amadores de Alcochete com todas as pegas a serem concretizadas à primeira e com eficácia. Pegaram pelos primeiros, Vasco Pereira, Vasco Carvalho e Rodrigo Andrade. Pelos da casa, Afonso Correia, Vasco Loreto e Miguel Direito.
Dirigiu a corrida com acerto, o delegado técnico, Tiago Tavares, assessorado pelo veterinário, Jorge Moreira da Silva.
Patrícia Sardinha