Crónica| “Festival de Sobral não encheu as medidas aos aficionados”
O tempo estava algo estranho e isso também pode ter influenciado no comportamento dos novilhos de Falé Filipe, lidados pelos matadores, uns com melhores condições que os outros, obrigando os toureiros a imporem-se, assim como os toiros destinados ao toureio a cavalo com um primeiro de melhor nota e um segundo mais complicado mas que também serviu.
Abriu praça António Prates com uma lide bem medida, sem grandes concessões e a conseguir alguns bons ferros curtos que o público aplaudiu.
Joaquim Brito Paes encerrou o festival com uma lide onde brega foi boa, não lhe faltaram soluções, deixou alguns ferros a sego e outros dois de frente de muito boa nota, nomeadamente o último.
Para as pegas estiveram os Forcados Amadores de Lisboa com uma boa pega de caras de Martim Marques à 1ª e outra mais dura e vistosa, com 2 derrotes do toiro, a cargo de Miguel Santos também ao primeiro intento.
No capítulo do toureio a pé, Antonio Ferrera esteve muito bem de capote, com variedade e vistosidade e depois de brindar à esposa de José Luís Gonçalves, inventou uma faena de muleta com mérito, cruzando-se, mandado e ligado com maestria pelos dois lados os muletazos que preencheram uma faena em que foi capaz de sacar o melhor ao novilho.
José Garrido teve um bom quite por delantales e desenvolveu uma faena de muleta por ambos os pitóns e que teve alguns naturais de classe. Foi uma faena com algum interesse com a qualidade habitual neste matador.
Em terceiro lugar, entre os matadores, quarto na ordem de lide, Manuel Dias Gomes enfrentou um novilho com problemas de visão e que a pontos esteve de ser devolvido. Valeu a insistência de Dias Gomes que aos poucos foi metendo o novilho na muleta, primeiro pelo lado esquerdo e depois pelo lado direito, com mérito e valor.
Joaquim Ribeiro Cuqui teve por diante um novilho brusco e que não queria investir e seguir os voos da muleta. Tudo tentou mas sem grande hispótese de se luzir dada a pouca qualidade da rês.
Neste festival teve lugar a estreia do jogo de cabrestos da Casa Agrícola Gisela Arrais.
O espectáculo foi dirigido por Ricardo Dias, assessorado pelo veterinário Jorge Moreira da Silva.
Texto: António Lúcio